Felicidade

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Estou andando a caminho de casa, e refletindo. Pensando em como a minha vida poderia ser melhor.
Talvez se tivesse aquela moto que a pouco aparecera num comercial, ou se morasse no Leblon, como nas novelas. Se pudesse comprar presentes pra família a qualquer momento, ou viajar quando e para onde quisesse. Poderia ser como esse homem que acaba de passar por mim: carro conversível, braço na janela pra mostrar o relógio de ouro, mulheres no banco de trás, cujas quais ele provavelmente nem sabe o nome e, por fim, livre de preocupações. Quem sabe se, quando me aposentar, poderei deitar na minha poltrona, assistir documentários na minha televisão presa à parede, sem aquelas crianças barulhentas de outrora. Mas isso seria uma vida melhor? Chegando em casa, paro em frente à mesma. Veja só, minha casinha de madeira, feito aquelas norte-americanas. Minha moto, tão modesta e útil. Brinquedos espalhados no quintal, a árvore que plantara quando ainda em construção a casa estava, agora enormes a ponto de fazer sombra. A churrasqueira recostada, o que me lembra dos amigos que ainda não convidei por falta de tempo, minha e deles. As redes na varanda balançam com o vento. Chego em frente a porta e preparo-me para entrar como se estivesse entrando num templo. Abro-a e me deparo com uma cena de emocionar: meus filhos, correndo pela casa a filha ruiva do vizinho, mais brinquedos por toda a casa, assim como o cheiro de pizza; minha mulher, da cozinha, me olhando, sorrindo, com o cabelo preso, mas com uma estreita mecha por sobre o rosto, mostrando-me que o jantar está servido. A felicidade está aqui, e eu lá fora, pensando em ter uma vida melhor. Que tolice a minha.
O fato de a felicidade estar nas pequenas coisas é mais que um clichê, é a verdade.

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